Embora o carboidrato seja o macronutriente predominante que impacta a glicemia pós-prandial, diversos estudos têm demonstrado que a gordura e a proteína da dieta também podem afetar significativamente o perfil glicêmico pós-prandial.

Dessa forma, a contagem de proteína e gordura aparece como uma estratégia ainda mais efetiva para a diminuição das oscilações glicêmicas no pós-prandial.

Impacto das gorduras na glicemia:

• A adição de gorduras nas refeições tende a deixar o esvaziamento gástrico mais lento e diminui a resposta glicêmica.

Na prática:

• A curto prazo: não há impacto na glicemia
• A longo prazo de algumas horas após a refeição: Hiperglicemia!

A hiperglicemia tardia pode perdurar por horas e, este cenário, é problemático para um bom controle glicêmico – particularmente quando tais refeições são realizadas no período noturno, onde a hiperglicemia prolongada pode não ser detectada até a manhã seguinte.

Também podem acontecer:

• Redução da resposta glicêmica pós-prandial 2-3 horas;
• Atraso da resposta máxima de glicose devido ao esvaziamento gástrico tardio;
• Risco de hiperglicemia tardia a partir de 3-5 horas;
• Alimentos com maior concentração de gorduras (>35g/porção) requerem ajuste da insulina;
• A resposta do efeito da gordura na glicemia pós-prandial é individual.

Impacto da proteína na glicemia

A proteína, assim como a gordura, causa um impacto tardio na glicemia (> 100 minutos) e o efeito na glicemia dependerá da quantidade de carboidratos consumidos junto com a proteína

Ajuste da insulina necessário para consumo de:

≥ 30 g de proteína com carboidratos (Ex: ≥ 150g de carne).

≥ 75 g de proteína isolada (Ex: em média ≥ 300g de carne) ^[1]

[1] SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf. Acesso em: 22 jan. 2022.