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Diabetes Gestacional

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É normal que, ao decorrer da gravidez, em prol do desenvolvimento do bebê, a mulher passe por mudanças em seu equilíbrio hormonal (principalmente exemplificadas pelo aumento de hormônios como prolactina, progesterona, cortisol e hormônio lactogênico placentário).

Além disso, a placenta é uma fonte fundamental de hormônios que reduzem a ação da insulina, o hormônio conhecido pela captação e utilização da glicose pelo corpo. Sendo assim, o pâncreas promove a produção de insulina para compensar esta situação. No entanto, em algumas pessoas, durante a gravidez, este processo não ocorre da maneira adequada. Ou seja, o pâncreas não consegue compensar a situação, há um aumento no nível de glicose no sangue e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, que é identificado no rastreamento pré natal.[1]

Os critérios são baseados no TOTG (Teste Oral de Tolerância a Glicose- mede a glicose no sangue após pelo menos 8 horas de jejum e após 2 horas da ingestão de um líquido de glicose), e compreendem: [2]

  • glicemia de jejum (medir o nível da glicose na circulação sanguínea com 8 a 12 horas de jejum) igual ou maior que 126 mg/dl
  • e/ou – glicemia duas horas após administração da glicose, igual ou maior que 140 mg/dl.

Quais são os fatores de risco para o diabetes gestacional? Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes[1], são:

  • Idade materna mais avançada
  • Ganho de peso excessivo durante a gestação
  • Sobrepeso ou obesidade
  • Síndrome dos ovários policísticos
  • História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional
  • História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos)
  • História de diabetes gestacional na mãe da gestante
  • Hipertensão arterial na gestação
  • Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).

As evidências atuais dizem que a exposição do feto a diabetes gestacional está associada com risco futuro elevado de obesidade, diabetes do tipo 2 e doença cardiovascular no bebê. [3]

As complicações neonatais mais graves são a síndrome do desconforto respiratório, a hipoglicemia (glicemia baixa no sangue) e a macrossomia fetal que ocorre porque a glicose, que cruza a placenta, passa em maior quantidade ao feto. Como consequência, o feto desenvolve hiperglicemia (aumento de glicemia no sangue) e por ter um pâncreas normal desenvolve hiperinsulinemia (aumento de insulina). Esta associação hiperglicemia-hiperinsulinemia estimula o crescimento fetal e a glicose em excesso é armazenada como gordura no feto causando a macrossomia, aumento da deposição de gordura no tórax-abdome, com consequente maior risco de distocia de ombro (que é uma manobra para retirada do feto, por ele ser grande demais). [3]

[1] SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diabetes Gestacional. Disponível em: https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/#diabetes-gestacional. Acesso em: 05 fev. 2022. [2]  BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS E TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/consenso_bras_diabetes.pdf. Acesso em: 05 fev. 2022. [3] BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tratamento do Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_