Sobre a neuropatia periférica
O que seria a neuropatia periférica diabética?
Neuropatia é um termo médico para “danos aos nervos”, que são estruturas responsáveis pelo envio de mensagens entre o cérebro, a medula espinhal e outras partes do corpo. A neuropatia periférica afeta pernas, pés, mãos e braços, e é o tipo de neuropatia mais frequente em pessoas com diabetes.
O nosso cérebro é o grande comando do nosso corpo. Para que possamos mexer as mãos, por exemplo, é necessária uma ordem que parte do nosso cérebro – e mesmo quando sentimos frio, calor ou dor, é o cérebro que transmite essa mensagem para que os chamados “nervos periféricos” sirvam de “transporte” para enviá-la até a origem da sensação dolorosa.
Esses tais nervos periféricos transportam mensagens enviadas pelo cérebro para o resto do corpo e vice-versa. Quando eles sofrem um dano, esse trabalho de “transporte” é prejudicado, resultando em sintomas nas extremidades do corpo (pés e mãos), como perda da sensibilidade.
Por que devo ter atenção à neuropatia periférica diabética?
A neuropatia periférica diabética é uma das complicações crônicas mais comuns do diabetes. Estima-se que pelo menos metade das pessoas não sente sintomas por muitos anos, enquanto a outra metade sente dor aguda (momentânea) ou crônica (prolongada), dependendo do tempo de complicação. Além disso, acredita-se que 1 em cada 4 pessoas com diabetes mellitus possa ter a complicação ao longo de sua vida.
A neuropatia periférica é o fator de risco primário para o desenvolvimento de úlceras de pé diabético. Como ocorre comprometimento da atividade normal dos nervos dos membros, principalmente os dos pés, você pode ter uma perda cada vez maior da sensação de tato (que normalmente agiria como um recurso de proteção; por exemplo, se você pisar num chão quente, por instinto tiraria o pé, pois isso poderia gerar ferimentos), o que facilita o desenvolvimento de úlceras de pé diabético e lesões. Nesse cenário, você pode ficar mais suscetível a infecções que são capazes de gerar danos teciduais ou gangrenas, levando à amputação.
Por fim, a neuropatia periférica diabética geralmente é irreversível. Neste ponto, os cuidados que você vai adotar visam retardar a progressão e evitar complicações maiores, inclusive a úlcera de pé diabético.